O que eu quero? — Difícil esse questionamento e ainda mais desesperador perceber que você não sabe ou tem não certeza em como começar a respondê-lo.
Ontem tive a oportunidade de dividir um pouco da minha trajetória e transição de carreira e ter contato com muitas pessoas que estão nessa angústia.
O que fica claro é: tem muita gente, de todas as idades e “gerações” que não sabem o que querem. E todas estão muito aflitas por não conseguirem responder essa questão.
Fonte: Banco de Imagens Wix
Com caminhos tão difusos e confusos, será mesmo essa a primeira questão a ser respondida?
Evolutivamente temos aversão a perdas (organismos que tratam ameaças como mais urgentes do que as oportunidades têm melhor chance de sobreviver e se reproduzir¹) e é exatamente por aí, pelas perdas, que devemos responder as primeiras perguntas sobre qualquer grande mudança:
DO QUE EU FUJO?
O que te incomoda? O que realmente te causa desconforto? Garanto que aí você vai começar achar suas primeiras respostas para evitar frustrações e estar mais seguro nas grandes decisões.
Hoje vejo diversos profissionais que mudam 3 ou 4 vezes de posição e, com um nítido padrão de fuga, ainda se sentem frustrados.
No primeiro emprego ele não suporta seu chefe, que não atende suas necessidades, no segundo, seus pares não o ajudam em seu projeto e no terceiro, mais sênior, seus liderados são insubordinados, deixando-o frustado, já pensando na próxima transição.
Será mesmo que a pessoa acima quer mudar? Ou quer fugir da sua dificuldade de comunicação ou relacionamento interpessoal? Supondo que sua dificuldade seja a escuta, o que mudará na próxima empresa?
Nosso cérebro está sempre buscando o conforto cognitivo no estado relaxado¹, que pobremente pode ser traduzido como aquela sensação que está tudo sob controle e para isso muitas vezes te induz ao caminho mais fácil, a fuga.
Por isso, diante de grande mudanças e decisões, se questione se realmente está fazendo esse movimento porque você quer A ou porque você não quer B, C ou D.
Isso te poupará de grandes frustrações pois caso seja a segunda opção, é muito provável que B, C e D dependa grande parte de você e que irão te acompanhar em qualquer outra empresa ou em seu sabático na Índia.
Enfrente os seus desconfortos e parta para a próxima pergunta, que eu falarei sobre no próximo post.
Se você tem experiências para contar ou se identificou no texto, compartilhe seu comentário, quero ouvir sua história!
¹KAHNEMAN, Daniel. Rápido e Devagar: Duas formas de pensar. Daniel Kahneman; tradução Cássio de Abrantes Leite — Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 610p.
Originalmente publicado por Douglas no Medium: https://medium.com/@douglasgiglioti/mudan%C3%A7as-na-vida-voc%C3%AA-tem-feito-as-perguntas-certas-parte-i-6615f5b363b6#.mqskczd4m
Douglas Giglioti
Coach e cofundador da Reconectta, é um engenheiro pós-graduando em Neurociências. Viciado em pessoas e sorrisos. Não gosta de se auto-descrever em mini-bios.